quarta-feira, 11 de agosto de 2010

O poder do novo

Amigos,

segue um texto extraído do Livro "Os princípios de relacionamento de Jesus de Tom Holladay.


O Poder do Novo

Por que Jesus precisou dar aos discípulos um novo mandamento? Já não havia grande quantidade de mandamentos no Antigo Testamento? Não eram suficientes os mandamentos de amar a Deus e ao próximo?
Este mandamento de Jesus é "novo" não tanto no seu conteúdo quanto na maneira em que deve ser vivido. Havia uma forma antiga de fazer as coisas, e Jesus está dizendo aos discípulos que agora há uma nova maneira de fazê-las. Todos nós temos nossa maneira antiga de fazer as coisas, mas Jesus quer realizar algo novo em nossa vida. A prática dos mandamentos antigos era capacitada por nossa dependência do poder de Deus - como Jesus o fazia. Os mandamentos antigos estavam baseados em regras escritas; o mandamento novo está baseado em um exemplo vivo  Jesus Cristo. A prática dos mandamentos antigos era motivada pelo temor do juízo que Deus faria cair sobre os que desobedecessem; o novo mandamento é motivado pelo amor: "No amor não há medo; ao contrário o perfeito amor expulsa o medo, porque o medo supõe castigo. Aquele que tem medo não está aperfeiçoado no amor" (I João 4:18).
Essa comparação entre o velho e o novo também se aplica aos nossos relacionamentos. Alguns relacionamentos se tornam velhos; alguns continuam novos. Alguns relacionamentos degeneram em hábitos, regras - "sempre fizemos isso assim"; outros vicejam no ar fresco da novidade, mesmo depois de anos. Se você colocasse as palavras velho e novo em duas colunas numa folha, em que lado colocaria os relacionamentos mais importantes de sua vida? Como você pode renovar um amor que está velho?


O novo mandamento de Jesus é a chave para a renovação do amor. Sua ordem mostra o caminho e dá o poder para que avancemos do velho para o novo. Em vez de simplesmente seguir a letra da lei, você permite que o Espírito do Senhor comece a reinar. Em vez de fazer simplesmente o que sempre fez, você começa a agir com  preocupação genuína pela outra pessoa. Em vez de obedecer uma lista de regras, você segue um exemplo vivo.

Quanto do que chama de amor acabou se tornando apenas um hábito? Você faz hoje o que fez ontem - dar banho nas crianças, ou ir ao trabalho para sustentar a família, ou dar uma oferta ao Senhor. Como renovar um amor que se tornou velho?

Algumas pessoas pensam que a única maneira de renovar algo é começar de novo. "Vá atrás de uma nova mulher, uma nova família - esse é o jeito de mudar as coisas", pensamos.

Evidentemente, isso nunca funciona, porque o que é novo nesta semana se torna velho na próxima. Em vez disso, aqui está a maneira certa de começar: redescubra  a atitude de amor nos hábitos diários de sua vida. Simplesmente pegamos as coisas que se tornaram mero hábito e injetamos amor nelas novamente. Você se lembra da expressão de amor quando foram jantar juntos como casal a primeira vez? Lembra-se do amor que estava lá no começo? Volte a isso. Diga a você mesmo quando estiver cumprindo aquela tarefa rotineira: "Estou fazendo isso porque eu o amo"; "Estou agindo por amor enquanto faço isto por ela". Tente isso durante uma semana para ver o que acontece. Não posso prometer que esse pequeno passo irá resolver todos os seus problemas relacionais, mas resolverá muitos deles; e levará seu coração ao lugar em que obterá força para lidar com os outros problemas também.

Essa é a forma para renovar até nosso relacionamento com Deus. Quando os crentes que viviam em Éfeso se afastaram do seu amor por Jesus, o conselho dele foi: "Mudem o seu coração e façam o que vocês faziam no início" (Apocalipse2:5). O segredo para renovar o amor deles não estava em nenhuma coisa nova que pudessem descobrir ou fazer; estava em fazer o que tinham feito no início com uma nova atitude que resulta de um coração transformado.

Por que isso é tão importante? Porque grande parte da vida é constituída de rotina. Se você não permitir que o amor passe a fazer parte da rotina da vida, faltará amor na maior parte dos minutos do seu dia.

Se você ainda questiona se tem essa capacidade de fazer a escolha diária de amar, lembre-se de que esse novo mandamento foi dado por Jesus. O Senhor andou entre os homens como Deus encarnado. Niguém nos conhece melhor do que ele. E Jesus nunca nos ordena que façamos algo para o que ele não esteja disposto e habilitado a nos capacitar.

Sempre que você vir uma ordem de Deus na Bíblia, pode ter a certeza de que contém uma promessa embutida. Por quê? Porque Deus nunca lhe daria uma ordem para a qual não lhe desse a capacidade de pô-la em prática. Isso seria cruel. Às vezes pensamos em Deus como alguém sentado no céu, dizendo: "O que eu poderia fazer para acabar com o dia deles hoje, para fazê-los sentir-se realmente culpados?". Não é assim que Deus pensa. Sempre que vejo uma promessa, digo a mim mesmo: "Posso fazer isso pelo poder de Deus".

Aqui estão duas histórias para ilustrar o efeito dessas duas maneiras de pensar - uma sobre um trem tentando subir uma montanha e outra sobre um discípulo tentando andar sobre a água.

A primeira história é muito conhecida - The Little Engine That Could (O pequeno trem que conseguiu). Essa famosa história para crianças conta do pequeno trem que cantava "Eu acho que posso; eu acho que posso" no seu caminho até o topo da montanha. É uma história infantil maravilhosa, mas não devemos extrair dela nosso conceito de vida cristã.

A segunda história vem da Bíblia. Fala-nos do discípulo Pedro, que fez uma caminhada sobre as águas do mar da Galiléia:
(...) lá no lago os discípulos estavam em dificuldades, pois o vento tinha-se levantado e eles lutavam com o mar muito agitado.
Perto das quatro horas da madrugada, Jesus veio até eles, caminhando por cima da água! Eles gritaram de medo, pois pensaram que fosse um fantasma. Mas Jesus logo tranquilizou-os, dizendo-lhes: "Não tenham medo, sou Eu!".
Então Pedro gritou: "Senhor, se realmente é o Senhor, diga-me que eu vá caminhando por cima da água até onde o Senhor está".
"Pois não", disse o Senhor: "Venha!".
Assim Pedro saiu do barco e caminhou por cima da água na direção de Jesus. Mas, quando ele olhou em volta para as ondas altas, ficou cheio de pavor e começou a afundar. "Salve-me, Senhor!" gritou ele.
No mesmo instante Jesus estendeu-lhe a mão e o salvou. "Ó homem de tão pequenina fé, por que você duvidou?" disse Jesus. E, quando eles subiram no barco, o vento parou.
(Mateus 14: 24-32)


Como foi que Pedro andou sobre as águas durante aqueles poucos segundos? Certamente não foi porque Jesus o orientou a cantar "Eu acho que posso; eu acho que posso". Ele andou sobre as águas ao olhar firmemente para Jesus. Ele só começou a afundar quando seu foco mudou de Jesus para as ondas.

Há dois tipos diferentes de vida - a vida "Eu acho que posso" e a vida "Eu sei que eu não posso, mas sei que Deus pode". O primeiro tipo de vida depende completamente da própria motivação e energia. A coisa atraente nesta vida é que, pelo fato de sermos criaturas maravilhosas de Deus, há muitas coisas que podemos realizar por conta própria.

O problema com o tipo de "Eu acho que posso" é que sempre há uma nova montanha a ser vencida. E algum dia você vai dar de cara com uma montanha que não conseguirá subir. "Eu acho que posso" não nos levará ao topo da maioria das montanhas importantes da vida - como, por exemplo, enfrentar nossas reais insuficiências, nossa desconexão de Deus e a realidade da própria morte. Um dos momentos mais renovadores e revigorantes da vida de qualquer pessoa é quando alguém diz: "Eu sei que não posso, mas sei que Deus pode. Deus pode fazer em mim o que não posso fazer por mim mesmo."

0 comentários:

Postar um comentário